Agatha Christie: recordar a eterna rainha do crime
A britânica Agatha Christie será para sempre recordada como a Rainha do Crime. Mesmo que muitos autores apresentem novas obras policiais que tentem suplantar aquela que foi a mãe de Poirot, de Miss Marple e de muitas outras personagens que preenchem o universo literário da autora, jamais aparecerá alguém capaz de igualar Christie.
O sucesso é provado pelos números. De acordo com o Guiness Book, Christie é a romancista mais bem sucedida da história da literatura popular mundial, tendo vendido quatro mil milhões de exemplares ao longo dos séculos XX e XXI. As suas histórias têm-se mantido fortes o suficiente para continuar a conquistar gerações através de mistério e suspense.
Neste post, decidimos conhecer a rainha do crime e um pouco da sua história, traçando brevemente o seu percurso profissional, vida pessoal e o estranho mistério que ainda hoje continua por resolver.
Os Mistérios de Agatha Christie
Nascida a 15 de setembro de 1890 com o nome , a escritora era filha de um norte-americano rico e tinha dois irmãos mais velhos. Apesar de ter vivido os seus primeiros anos na costa de Devon, Reino Unido, mais precisamente na cidade de Torquay, mudou-se com toda a família para França, onde fez grande parte dos seus estudos.
Em dezembro de 1914, depois de uma relação de dois anos, casou com o Coronel Archibald Christie, um aviador da Força Aérea britânica. É deste primeiro casamento que tem uma filha, a sua única filha, Rosalind. Entretanto, com o eclodir da I Guerra Mundial, Christie trabalha como farmacêutica, aprendendo aí alguns dos segredos sobre poções e veneno que viria a usar um dia mais tarde noutros contextos.
Finalmente, em 1920, é publicado o livro O Misterioso Caso de Styles. É aqui que somos introduzidos pela primeira vez à figura emblemática de Hercule Poirot – um detetive belga a residir no Reino Unido – que se torna célebre, quase como um Sherlock Holmes doutros tempos, ao resolver crimes. A personagem aqui introduzida pela primeira vez surge em 33 dos romances de Agatha Christie, assim como em muitos dos seus contos.
O Caso dos 11 Dias em Branco
Em 1926, Christie já começava a construir uma reputação como escritora… E é neste memso ano que desaparece durante onze dias, um fato que não tardou a causar comoção na imprensa britânica e uma série de especulação entre os leitores. Porém, não muito depois Agatha Christie foi encontrada, sã e salva, num hotel. Porque desapareceu e se exilou no interior de um hotel? Provavelmente nunca saberemos a resposta deste mistério. No entanto, acredita-se que Christie tenha passado por um período de depressão ao descobrir um caso adúltero que o marido mantinha com outra mulher.
Toda essa depressão parece, no entanto, ter sido canalizada para criar uma verdadeira obra-prima. Nesse mesmo ano chega ao mercado O Assassinato de Roger Ackroyd, aquele que é considerado um dos melhores livros da escritora.
O casamento entre e o Coronel termina dois anos mais tarde em divórcio. Em 1930, a escritora publica o primeiro romance protagonizado por Miss Marple, “O Assassinato na Casa do Pastor” e inicia uma nova fase da sua carreira. Marple, ao contrário de Poirot, não passa de uma simpática senhora que brinca aos detetives e é uma espécie de alter-ego da própria autor.
A consagração da Dame Christie
Em 1930, Agatha Christie casou-se também pela segunda vez com Max Mallowan, um arqueólogo que tinha conhecido durante a sua viagem à Mesopotâmia. Com Mallowan a autora realizou uma série de expedições arqueológicas, que lhe renderam a inspiração para novas histórias, como o livro Morte no Nilo.
Quatro anos mais tarde é finalmente lançado o célebre romance Assassinato no Expresso do Oriente, transformado alguns anos mais tarde num filme de grande sucesso. Na década de 1930, a abundante produção literária de Agatha Christie consolidou-se junto ao público, fazendo da autora um “best-seller” tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos e Europa.
Em 1952, estreou em Londres sua peça A Ratoeira – a peça que ficou mais tempo em cartaz na história do teatro. A escritora recebeu ainda a mais alta condecoração do Reino Unido em 1971, tornando-se .
Pela altura em que morreu, a 12 de janeiro de 1976, tinha publicado 79 romances e livros de contos, para além de 12 peças de teatro. Seis romances de amor foram também escritos pela autora, que publicou tais obras sobre o nome de Mary Westmacott. Feito todo este balanço, continuamos a achar que a coroa de Rainha do Crime assenta melhor do que nada na cabeça de Christie e que será muito difícil alguém usurpar-lhe um dia este lugar.