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José Eduardo Agualusa vence o International Dublin Literary Award

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José Eduardo Agualusa vence o International Dublin Literary Award

by Eduardo Aranha

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José Eduardo Agualusa, escritor lusófono de nacionalidade angolana, foi um dos mais recentes nomes da literatura portuguesa a receber uma grande distinção literária. No passado dia 21 de junho, o autor foi condecorado com o prémio literário internacional de Dublin, pela tradução inglesa do romance Teoria Geral do Esquecimento.

O autor era finalista do prémio literário internacional de Dublin de 2017, numa edição em que o escritor moçambicano Mia Couto estava também entre os finalistas, com a tradução da sua obra “A Confissão da Leoa”. No entanto, foi Agualusa quem acabou por levar para casa a distinção.

“É uma alegria grande”, disse José Eduardo Agualusa em declarações ao Público. “Uma alegria por haver muito bons livros em competição, porque a atribuição é decidida pelas bibliotecas públicas, o que me parece excelente, e porque é uma forma de dar visibilidade a culturas periféricas, já que as obras escolhidas não têm de ser escritas originalmente em língua inglesa, apenas publicadas em inglês”, disse o escritor.

Em Teoria Geral do Esquecimento, somos transportados até Luanda, no ano de 1975, ao dia da véspera da Independência. É aqui que uma mulher portuguesa, aterrorizada com a evolução dos acontecimentos, ergue uma parede separando o seu apartamento do restante edifício – do resto do mundo. Durante quase trinta anos sobreviverá a custo, como uma naufraga numa ilha deserta, vendo, em redor, Luanda crescer, exultar, sofrer. Trata-se de um romance sobre o medo do outro, o absurdo do racismo e da xenofobia, sobre o amor e a redenção.

“Foi um romance que teve um início de vida muito difícil em Portugal, mas que depois recuperou e ganhou visibilidade internacional”, continua disse ainda Agualusa ao Público. “Há circunstâncias que fazem com que uma obra seja mais ou menos falada, recuperada, lida”, acrescenta. Este romance, reconhece, teve um “percurso imprevisível” que o levou a ser traduzido em 16 línguas: “Os livros são entidades complexas. Nunca sabemos como vai ser o seu comportamento. Essa é também a coisa boa dos livros.”

O feito torna-se mais valoroso ainda se considerarmos que esta foi a primeira vez que o prémio foi atribuído a um livro originalmente escrito em português, e a nona vez que se distingue uma tradução.

José Eduardo Agualusa: o prémio

Criado em 1996, o prémio literário de Dublin consiste em 100 mil euros, que são atribuídos pelas Bibliotecas Públicas de Dublin, com o apoio da autarquia da capital irlandês. Tratando-se de um prémio anual, distingue sempre livros escritos ou traduzidos para inglês. A quantia monetária é entregue na sua totalidade ao autor do livro caso este tenha sido escrito em inglês. No caso de tradução, o valor é repartido: 75 mil euros são entregues ao escritor e 25 mil destinados ao tradutor.

O processo de nomeações para o prémio é feito por mais de 400 bibliotecas a nível mundial, sendo o júri da edição de 2017 composto pela editora e professora universitária Ellah Wakatama Allfrey, pela tradutora e crítica Katy Derbyshire, pela escritora Kapka Kassabova, pelo professor universitário Chris Morash, pelo também escritor Jaume Subirana e por um elemento sem poder de voto, que preside ao painel, desempenhado pelo antigo juiz e atual parceiro de uma sociedade de advogados em Washington Eugene R. Sullivan.

“Teoria Geral do Esquecimento”, de José Eduardo Agualusa, que já havia sido finalista do Man Booker International em 2016, recebeu nomeações de quatro bibliotecas. O romance de Agualusa foi indicado para o International DUBLIN Literary Award pela Biblioteca Pública Municipal do Porto, pela Biblioteca Municipal de Oeiras, pela Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles, de Brasília, e pela Gradska Knjiznica, de Rijeka, na Croácia, que destacaram a forma como o romance equilibra “elementos-chave da história angolana recente com as vidas de gente comum”, construindo um “caleidoscópio” que retrata magistralmente Angola e Luanda com toda a sua violência, todo o seu misticismo e toda a sua loucura, mas também com todo o seu calor”.

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