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Agustina Bessa-Luís: a incansável contadora de histórias

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Agustina Bessa-Luís: a incansável contadora de histórias

by Eduardo Aranha

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Desde 2006 que não se sabe muito sobre a escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís. Tratando-se de um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa do século XX, a autora (que completou em 2012 os seus 90 anos) retirou-se da vida pública pouco depois de terminar o seu último romance , repousando também a caneta e o papel.

É em Amarante, Portugal, no dia 15 de outubro de 1922, que nasce Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa, mais conhecida pelo pseudónimo com que assina a sua obra. Era a segunda e última filha de Artur Teixeira de Bessa, um emigrante português, partido para o Brasil com apenas 12 anos, que regressara já em adulto com a fortuna ideal para assentar e criar família. De regresso a Portugal, o pai de tornou-se gerente do Casino da Póvoa.

Educada em exclusivo pela mãe, Laura Jurado Ferreira, Agustina Bessa-Luís cresce entre os livros da biblioteca do avô materno, onde terá tido o seu primeiro contacto com grandes nomes da literatura francesa e inglesa. À medida que se embrenha em histórias clássicas, desenvolve ela mesma um gosto pela escrita e pela arte de contar histórias.  E sob o nome de Maria Ordoñes escreve dois contos.

Em 1932, ano em que fez 10 anos, mudou-se de Amarante para a cidade do Porto para estudar. É na Invicta que passa parte da sua adolescência e onde vem a fixar residência em 1950, após um período de 5 anos em Coimbra, onde o marido se encontrava a estudar Direito.

tinha casado a 25 de julho de 1945, no Porto. As circunstâncias do seu encontro com Alberto Luís são peculiares, pelo menos para os dias de hoje. Tudo aconteceu depois da autora ter colocado um anúncio no jornal, procurando uma pessoa culta com quem se corresponder.

Por esta altura, já escrevia as suas histórias. Na verdade, foi em 1948 que publicou o seu primeiro romance . Todavia, o sucesso chegou com , seis anos mais tarde: a obra que provou ser um tremendo sucesso em Portugal e que lançou em definitivo a carreira da autora até aos dias de hoje.

 

Entre a sua vasta atividade literária integram-se 49 romances, biografias e inúmeras peças de teatro, memórias e histórias infantis. O seu interesse assumido pela obra e vida de Camilo Castelo Branco, que influenciou profundamente Agustina Bessa-Luís, é espelhado em vários dos seus escritos, inclusive numa do século XIX. Devido à sua escrita pungente e poderosa, uma grande parte da obra literária da autora está traduzida para alemão, castelhano, dinamarquês, francês, italiano e romeno.

O enorme contributo de Agustina Bessa-Luís para a Literatura Portuguesa

Embora, a escrita seja a principal faceta pública de , esta não é a única actividade onde se destacou. Ao longo da carreira, foi membro do Conselho Diretivo da Comunidade Europeia dos Escritores e colaborou com grandes publicações. Chegou mesmo a ocupar o cargo de diretora do jornal Primeiro de Janeiro, entre 1986 e 1987.

A dedicação às artes fez com que aceitasse a direção do Teatro Nacional de D. Maria II e que se tornasse membro da Academia Europeia das Ciências, Artes e Letras, de Paris, da Academia Brasileira das Letras e da Academia das Ciências de Lisboa.

A sua relevante obra e importância no apoio à literatura valeu-lhe várias distinções, entre elas o Prémio Camões de 2004, que recebeu quando tinha 81 anos. De acordo com o júri, a escolha foi justificada pela capacidade de criar um “universo romanesco de riqueza incomparável”, pelas “excepcionais qualidades de prosadora” e pelo indubitável contributo para o “património literário e cultural da língua comum”. Em 2005, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto atribuiu-lhe o título de doctor honoris causa.

Pode encontrar todas as obras de Agustina Bessa-Luís na Amazon ou na

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Comments

  • monica baldaque
    16 October, 2016

    Erro grave: O pai de Agustina morreu com 82 anos, tinha eu, filha de Agustina, 18 anos. De resto, Agustina refere o pai no seu Livro de Agustina, e a sua vida. Há que corigir.

    • Eduardo Aranha
      16 October, 2016

      Obrigado pela correcção, Mónica, e o nosso sincero pedido de desculpas. Cumprimentos.

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