Investigadores encontram técnica para digitalizar livros com páginas fechadas
Num mundo que se assume cada vez mais tecnológico torna-se urgente a partilha de informação. Hoje, o conceito de aldeia global é cada vez mais premente e real. O facto de que todo o mundo está ao alcance de meia dúzia de cliques permite que qualquer pessoa, esteja onde estiver, pode aceder a conhecimento e informação que há alguns anos seria de difícil acesso.
No entanto, todo este conceito pode ser muito idealista, e quase utópico, mas nem sempre é possível. O conhecimento a que acedemos é sobretudo digital. Mas e o conteúdo físico que não se encontra ainda em formato digital? Os livros e manuscritos armazenados em bibliotecas e museus? Ainda que muitos destes documentos já se encontrem a ser digitalizados, este é um processo demorado já que é necessário digitalizar cada livro, página a página.
No entanto, e se fosse possível digitalizar um livro rapidamente, mesmo que estivesse fechado? Tal método iria acelerar a digitalização de conteúdos em suporte físico…. e a verdade é que já existe e está a ser testado! Não acredita? Nos próximos parágrafos explicamos esta tecnologia desenvolvida por uma equipa de investigadores do MIT.
Digitalizar livros fechados: uma técnica que pode mudar o mundo
A necessidade de se desenvolver uma técnica para digitalizar documentos rapidamente foi identificada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) que, após meses de análise e testes, desenvolveu uma tecnologia que consegue digitalizar livros sem ser necessário sequer abrir as páginas. O projeto, publicado no jornal Naturee, poderá ser uma mais valia para as bibliotecas e empresas que se queiram expandir para o meio digital.
Mas como funciona esta tecnologia?
De forma simples, o processo assenta na utilização de radiação terahertz que, por sua vez, é absorvida pelo papel e pela tinta. Uma vez que, num livro fechado, apenas 20 micrómetros de ar estão presentes entre uma página e outra, a câmara usada na digitalização consegue detectar os detalhes impressos em cada uma delas.
De acordo com o artigo científico publicado na Naturee, existem muitas outras utilidades para esta tecnologia que vão além da aparente. A técnica também pode ser usada para identificar defeitos estruturais em objetos de madeira, componentes plásticos e outros objetos físicos.
Entretanto, ainda há muito caminho a percorrer até que esta tecnologia possa chegar ao mercado. Por enquanto, a invenção consegue ler através de apenas nove páginas de um livro fechado, mas investimentos na tecnologia deverão resultar numa melhoria dos seus resultados. A ideia, além de ser bastante útil para o trabalho de arquivistas e bibliotecários, pode facilitar a digitalização de livros antigos que, pelo estado frágil, não podem ser manuseados sequer por mãos humanas.