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Discurso de Bob Dylan sobre o Nobel: tudo o que importa é comover

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Discurso de Bob Dylan sobre o Nobel: tudo o que importa é comover

by Eduardo Aranha

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Um pouco de história foi feita no dia 13 de outubro de 2017, quando foi dada a notícia de que Bob Dylan, o bem conhecido cantautor que se tornou uma lenda do folk e do rock and roll, foi distinguido com o prémio Nobel da Literatura de 2016.

Esta jogada ousada da Academia, que estava já a ser alvo de críticas pela premiação de certos nomes em anos anteriores, gerou uma onda de polémica que alcançou todo um novo nível. A decisão da academia sueca de dar o Nobel de Literatura do ano passado para Dylan, que “criou novas expressões poéticas dentro da grande tradição musical americana”, foi vista como uma bofetada na cara para escritores tradicionais de poesia e prosa.

A distinção foi atribuída por uma razão muito legítima: Bob Dylan desenvolveu uma nova expressão poética na tradicional canção americana. Com claras influências da Beat Generation – tendo inclusive travado amizade com Allen Ginsberg –, Bob Dylan não conta propriamente com uma bibliografia longa no que toca a obras publicadas, ainda que possamos ouvir muito do seu trabalho literário através das músicas que compôs e que o tornaram célebre.

Ainda assim, a polémica persistiu nos meses seguintes, quando Bob Dylan não compareceu na cerimónia de entrega do prémio ou se demonstrou evasivo em comentar a distinção.

Discurso de Bob Dylan: Se uma canção te comove, isso é tudo, é isso que importa

livros de bob dylan

 

No entanto, o cantor e compositor Bob Dylan, vencedor do Prémio Nobel da Literatura falou finalmente no início de julho sobre o que significa este prémio para si e para a sua carreira. Em declarações à imprensa, Dylan disse que, ao contrário da literatura, as suas canções sempre foram feitas para serem cantadas, não lidas, e que precisam apenas de comover as pessoas, mesmo que por vezes não façam sentido.

Na carta endereçada à Academia, Dylan, notoriamente tímido com os media, disse: “As nossas canções são vivas na terra dos vivos. Mas as músicas são diferentes da literatura. São feitas para serem cantadas, não lidas”.

“Se uma canção te comove, isso é tudo, é isso que importa. Não preciso de saber o que uma canção significa. Tenho escrito todo tipo de coisas nas minhas canções. E não vou me preocupar com isso – o que tudo significa”, disse no discurso divulgado no site da academia.

Os vencedores do Nobel precisam de entregar uma carta seis meses após a entrega da premiação, que aconteceu no dia 10 de dezembro, para que recebam o prémio de 8 milhões de coroas suecas (900 mil dólares). O discurso não precisa necessariamente de ser feito em Estocolmo.

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