Entrevista com Leila Krüger: Inspiração, Coração e Fé nas Palavras
Hoje pode ler a nossa entrevista com a Leila Krüger, uma jovem escritora brasileira, oriunda de Ijuí, noroeste do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil, que chamou a nossa atenção devido aos excelentes textos que assina aqui mesmo no nosso blog.
Ela é uma escritora, tradutora e jornalista com Mestrado em Comunicação Social na PUC-RS, que trabalha com escrita criativa, especialmente como ghost writer, sendo também (desde meados de 2017) colaboradora do blog Mundo de Livros e do blog Mundo de Cinema.
Nunca conheci pessoalmente a Leila Krüger, mas devido à sua própria iniciativa ela tornou-se uma das mais assíduas colaboradoras do blog Mundo de Livros, assinando textos que habitualmente misturam factos com histórias desconhecidas, tudo através de palavras sabiamente escolhidas por quem claramente domina a arte da escrita.
Não por acaso, esta autora brasileira multi-facetada escreve dentro dos géneros romance, contos, crónicas e poesia. São textos peculiares que enriquecem o nosso conhecimento, incidindo muitas vezes sobre o passado. E que suscitam a minha (nossa) admiração.
No total, já publicou 4 livros: o romance Reencontro (2011, que foi publicado nos Estados Unidos como The Encounter em 2016), o livro de poemas A Queda da Bastilha (2012/2018) e os livros de crônicas Coração em Chamas (2014) e Eu Quero Mais É Ser Feliz (2017), este último uma coleção de artigos escritos em sites e outras publicações entre 2011 e 2017.
Sendo descendente de imigrantes alemães, tchecos e russos, Leila Krüger demonstra no seu percurso artístico algumas qualidades comuns às suas origens: nomeadamente “disciplina, trabalho duro e a fé em Deus”, conforme ela própria explica na biografia que assina no seu site oficial em https://www.leilakruger.com/.
Por todas estas razões, decidimos que estava na hora de conhecermos melhor quem é Leila Krüger e para onde vai esta escritora que admiramos e reconhecemos como um talento no panorama literário em língua portuguesa. Ela traz sobretudo inspiração, coração e fé na sua mensagem e consideramos que merece a sua leitura atenta. Confira agora!
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Leia agora a entrevista completa com Leila Krüger
Gonçalo Sousa (GS): Sendo proveniente de uma família de imigrantes alemães, tchecos e russos, você sente-se brasileira ou cidadã do Mundo?
Leila Krüger (LK): Em primeiro lugar, quero agradecer a oportunidade desta entrevista, ainda mais para um site de Portugal, que é a raiz da nossa Nação Brasileira. Por aqui, há muitos descendentes de portugueses, que até hoje mantêm suas tradições.
Bem, é verdade que tenho descendência alemã, tcheca, russa e, pelo que sei, alguma coisa de suíça. Isso é bem comum no lugar de onde venho, o Sul do Brasil: aqui, milhares de imigrantes vieram recomeçar suas vidas, especialmente entre os séculos XIX e início do século XX. Minha cidade, Ijuí, por exemplo, era conhecida como “Torre de Babel”, pois aqui se falavam mais de vinte idiomas na época da emancipação, eram imigrantes de várias partes do mundo, especialmente a Europa.
Há uma festa anual comemorativa às etnias em Ijuí, não envolvendo apenas europeus, mas afros, árabes e japoneses, a Fenadi.
Sobre sua pergunta, me sinto uma cidadã em busca do seu mundo. Acredito que essa busca sempre vá continuar. Acredito que todos nós somos cidadãos do mundo, e nosso mundo é do tamanho do que aprendemos, descobrimos e lemos.
Ainda sobre minha descendência: menciono, por fim, o orgulho que tenho dos meus antepassados, que deixaram tudo na Europa para, empoleirados em navios a vapor, virem começar uma nova vida no Brasil, apenas com enxada, facão e fé em Deus. Essa força me foi transmitida por meus familiares, e também as tradições que foram preservadas.
GS: E como foi crescer no Brasil sob tantas influências diferentes?
LK: Eu cresci na minha pequena cidade de tantos imigrantes, entre italianos, alemães, holandeses, poloneses, portugueses, suecos, árabes, afros… Mas posso dizer que a maior convivência foi com os alemães, muito presentes na minha cidade e região.
O Brasil é uma mistura linda de influências, em todas as partes: somos a Nação mais mesclada de todas, eu acho. Aqui temos índios, afros, asiáticos, europeus… Tem de tudo! E a cultura é tão rica! Muito além de carnaval e futebol. Cada região ou cidade tem suas particularidades, e as comunidades de imigrantes costumam preservar muitas das suas tradições.
Algumas das tradições que aprendi e vi, coloco em meus escritos. O que é inevitável, já que nós somos, além do que somos por nós mesmos, aquilo que fomos ensinados a ser.
GS: Quando era menina, o seu sonho era escrever, ou ambicionava outro tipo de profissão?
LK: Para falar a verdade, não pensava em escrever profissionalmente. Eu sempre gostei mais de desenhar. Passava os dias rabiscando em cadernos, móveis… Lá por treze anos comecei a escrever, continuando a desenhar e começando a tocar violão e cantar. O desenho ficou, o violão amorteceu um pouco, mas a escrita se tornou cada vez mais importante para mim. Nós nos encontramos, eu e ela, eu e a escrita, e nos reconhecemos.
Escrevi meu primeiro livro com treze anos, se não me engano, e se passava na época de Getúlio Vargas que era o que eu aprendia na escola. Sempre gostei de História, ainda gosto.
Mas meu primeiro livro, o romance Reencontro, viria muitos anos depois, e sem nenhuma grande pretensão. Veio porque tinha que sair de dentro de mim.
GS: Você é escritora, tradutora e jornalista. Consegue explicar como nasceu o seu interesse profundo pelas Letras?
LK: Acho que não posso explicar, já que é simplesmente o que me faz feliz e me faz, realmente, sentir viva. Clarice Lispector uma vez disse: “Eu acho que quando não escrevo, estou morta”.
Há aqueles que precisam de matemática para viver. Outros, de certas interações humanas (todos nós, mas alguns, em maior grau e diversidade), e outros, ainda, de máquinas, ou de alguns esportes… Eu preciso de palavras. E de corrida também, é verdade.
Acredito assim: em algum lugar do caminho, cedo ou tarde, aquilo que nós somos vai nos encontrar, inesperadamente, e então nós finalmente seremos, e continuaremos sendo até que finalmente sejamos realmente.
GS: A nível familiar existe mais alguém que tenha enveredado pelo mesmo caminho?
LK: Minha mãe sempre leu bastante e publicou um livro sobre sua dissertação de Mestrado, além de artigos. Mas é no âmbito da não ficção, ao contrário de mim, que amo inventar histórias, ou, como disse Anaïs Nin, inventar “mundos nos quais eu possa viver”.
Sei de alguns parentes que também publicaram livros, mas nada de ficção. Inventar umas coisas na cabeça acho que sou mais eu, mesmo.
GS: Quais são as suas principais influências literárias?
LK: Muitas… sempre aumentam. Procuro não imitar nenhum estilo, mas acrescentar pequenas partes que acho importantes, como técnica e inspiração literárias.
Toda literatura boa de verdade, na minha opinião, tem que ter “verdade interior”, como me disse o falecido membro da Academia Brasileira de Letras, Ivan Junqueira.
Posso citar Clarice Lispector (nunca vi alguém traduzir sentimentos de uma forma tão exata), Anaïs Nin, Hemingway, Mario Quintana, Fernando Pessoa, Lygia Fagundes Telles, e, sim, Paulo Coelho. Não entendo por que o consideram “literatura ruim”, se ele me lembra Hemingway, e ele mesmo confirmou que é sua inspiração quando insinuei a ele tal fato, especialmente em “O Velho e o Mar”.
Mas muitos nomes ficam de fora. A lista sempre cresce, até o ponto de não poder ser totalmente lembrada. Não falo só de clássicos, mas de literatura contemporânea, que, não por ser contemporânea e, muitas vezes, popular, é menos valiosa e qualificada que a clássica.
GS: Existe algum escritor português em que você tenha especial interesse?
LK: Fernando Pessoa. Tenho coletâneas de suas poesias, em diferentes heterônimos, em livros.
Também Saramago, que eu gostaria de ter lido mais, e me encanta.
Ouvi falar de Valter Hugo Mãe, e quero conhecê-lo também.
GS: E autores Brasileiros? Quais se destacam na sua estante?
LK: Alguns já citei: Lispector, Quintana, Paulo Coelho, Lygia Fagundes Telles… Confesso que, de literatura Brasileira contemporânea, pouco conheço, e quero conhecer mais. Tenho me interessado por Raphael Montes e Danilo Silva.
Aí entra o fato de que há pouca divulgação ou apoio para os autores nacionais, principalmente os de ficção.
GS: Nos seus livros, poemas, contos e textos você denota uma busca pela auto-realização, ao mesmo tempo que transmite empatia pelos sentimentos universais de solidão, amor e compaixão. Por quê? De onde vem essa sua visão do Mundo?
LK: A batalha entre tristeza e esperança, vida e morte, frustração e realização de sonhos. Às vezes, frieza e compaixão. Batalhas que eu vivo, e talvez quase todos nós vivamos.
Congelar, ferver, ir embora, voltar, cair, levantar, olhar no espelho, virar as costas, fechar os olhos, abrir os olhos…
Não sei dizer por que eu sou assim ou sinto assim. Clarice Lispector disse: “Já que sou, o jeito é ser”. Desde que seja eu. Seja lá quem eu for.
GS: Você sente que tem uma missão a cumprir através da escrita?
LK: Sinceramente, sinto. Não sei se tenho, mas sinto: levar inspiração, esperança e diversão às pessoas.
Tem que haver um propósito para tudo, principalmente para as coisas às quais mais nos dedicamos, as coisas que fizemos com amor e paixão.
As coisas que são quem nós somos.
GS: Além das Letras, você sente atração por outras formas de arte? Quais?
LK: Todas. Pintura, dramaturgia, música… Tudo pode ser arte, se você tiver um olho que saiba enxergar.
Eu acho que a arte é uma forma de viver. Vê-la nos lugares mais inesperados, criá-la de maneiras próprias.
Eu sempre me absorvo em todas as formas de arte.
GS: Quais os objectivos que você tem como escritora?
LK: O objetivo principal de todo escritor, no fundo, é ser lido. Mesmo que alguns até relevem esse desejo intrínseco.
Mas quero não só ser lida: quero levar coisas boas, interessantes, produtivas, novas às pessoas.
Quero levar inspiração, coração, fé.
GS: Como você analisa a situação actual da Literatura Brasileira? Qual o estado das coisas?
LK: Infelizmente, não é das melhores. Grandes livrarias e editoras fechando, autores nacionais sem muito apoio diante dos globais…
Há pequenas melhoras, também. Mas, em geral, eu acho que é um momento de perdas. Então, que seja uma reconstrução, uma reavaliação que nos faça crescer em termos de literatura. Um povo que leia mais, que compre mais livros, livros mais acessíveis, mais baratos, mais valorizados, mais democráticos.
Quem sabe esta e a próxima gerações de escritores brasileiros não possam começar uma nova era na literatura Brasileira? Talvez já tenham começado.
Eu espero maior incentivo do governo, das editoras e dos leitores. Eu espero mais leitores, que percebam o quanto os livros podem mudar suas vidas.
GS: O seu primeiro livro foi o romance Reencontro (lançado em novembro de 2011). Como foi esse processo? De onde veio a inspiração para essa obra?
LK: Foi um processo de aproximadamente um ano e meio. Eu comecei e recomecei várias vezes, até que saiu. É uma trama sobre recomeçar, conquistar sonhos, acreditar no amor “de que todos falam”, das baladas de rock. Trata também de drogas e relacionamento familiar, amizades, perdas, passado… É por vezes denso, pesado, mas sempre em direção a uma cura. É a história de Ana Luiza, que pode ser eu ou você em alguns sentidos.
A história veio de dentro de mim. Acredita em “algo que é para ser”? Algo que tem que ser escrito? Eu até hoje acredito nisso. Não sei se é exatamente místico, ou apenas transcendental, espiritual, a fé que aprendi. Não sei, e não acho que eu deva saber.
Muitas pessoas me escreveram falando o quanto Reencontro as tocou e mudou suas vidas. Então, cumpri minha missão básica. É isso: eu quero inspirar as pessoas.
GS: E como conseguiu que essa mesma obra fosse publicada nos Estados Unidos como The Encounter em 2016?
LK: Da maneira mais simples: enviei o manuscrito para várias editoras. E olha que nem estava no formato correto, conforme o mercado exige, hoje vejo. Tinha sido traduzido por um profissional, e eu dei os últimos retoques. Para falar a verdade, eu estou “retraduzindo” e tornando a linguagem mais informal e espontânea.
Mas, em geral, para publicar no exterior é premente contar com um bom agente literário.
GS: Em 2012, avançou para a publicação do livro de poemas A Queda da Bastilha (que em 2018 teve uma 2ª. edição). O que você encontra na poesia que não tem na prosa e vice-versa?
LK: Podem perfeitamente se misturar. André Seffrin, um crítico literário brasileiro, vencedor de prêmios Jabuti nas categorias Crônica e Conto, me disse que meu romance Reencontro lembra a escrita da poeta Cecília Meirelles. Reencontro é prosa poética, em vários momentos.
É claro que eu posso variar meu estilo conforme a obra, assim como um ator varia seus personagens: sempre mantendo, no entanto, ao menos no caso do escritor, o seu DNA. Tem que haver alguma coisa muito peculiar em tudo o que se escreve.
Acho que os limites entre poesia e prosa não são tão rígidos assim, são? Podemos sempre reinventá-los.
GS: Como foi a receptividade geral às suas obras? Sente o afecto do público?
LK: A receptividade sempre foi ótima, além das minhas expectativas. Especialmente Reencontro e A Queda da Bastilha.
Como eu disse, minha missão maior (para mim mesma) é inspirar as pessoas. Então, se eu fiz alguma diferença, se toquei algum lugar, criei um novo olhar, despertei um sentimento ou uma visão, eu cumpri minha missão.
Nem todos vão gostar do que eu escrevo, quem agrada a todos não agrada a ninguém, muito menos a si mesmo. Mas eu escrevo para inspirar, primeiro a mim, depois a outras pessoas.
E receber retorno positivo dos meus leitores é a coisa mais bonita que, como escritora, pode me acontecer.
GS: E a nível familiar? Sente apoio e compreensão por ter escolhido este caminho?
LK: Na verdade, como falei, na minha família não existem muitos ficcionistas: eles são professores de Sociologia, médicos, empresários. Eu sou a que cria, sonha, inventa. Mas ninguém nasce no lugar errado: nasce no lugar onde sementes precisam ser plantadas e florescer.
Não posso dizer que tive amplo apoio de toda a família, mas eles, aos poucos, estão compreendendo esse caminho. Minha mãe, meu tio Harley, minha tia Anilce, pessoas que leem.
Ah, e eu não escolhi este caminho: ele, graças a Deus, me escolheu… Em algum momento que nem sei mais.
GS: Os livros de crônicas Coração em Chamas (2014) e Eu Quero Mais É Ser Feliz (2018) têm origem nos textos e contos que publica em jornais, revistas e antologias. Esses livros completam o seu portfólio actual. Encontra nesse formato mais uma via para dizer as mesmas coisas, ou pelo contrário, cada formato exige coisas diferentes de você?
LK: Sinceramente, cada formato exige uma escrita diferente. Não quer dizer que eu escreva como se não fosse eu. São vários “eus”. Há algumas similaridades em todos os tipos de escrita de um mesmo escritor.
Na verdade, se for ver não é tão frequente que um escritor crie em todos os gêneros: poesia, conto, crônica e romance. Mas acho que fiz isso. Não porque tinha que fazer, mas porque ocorreu. Como jornalista, escrevo também material jornalístico. Você escreve pensando no público ao qual sua escrita se destina.
Sobre Coração em Chamas, na verdade foram crônicas escritas especialmente para o livro, sobre diferentes histórias de amor polêmico, que nos fazem pensar “até onde o amor pode ir? O que se pode perdoar?”. Já Eu Quero Mais É Ser Feliz é uma coletânea de crônicas escritas entre 2011 e 2017 em jornais, revistas e portais na Internet, incluindo meu blog pessoal, atualmente em reconstrução.
Mas, confesso: meu grande amor em literatura é o romance.
GS: Na minha opinião, um dos problemas do Mundo actual é gerado pelo excesso de uso das redes sociais e da Internet em geral, que (tal como outrora acontecia com a televisão) são fenómenos que afastam as pessoas do verdadeiro foco das suas vidas, fazendo-as desperdiçar imenso tempo com coisas inúteis, tornando-as até mais isoladas, nervosas e depressivas. Acredito profundamente que se as pessoas lessem mais livros e falassem menos na Internet seriam mais felizes. Você concorda com esta opinião ou discorda?
LK: Concordo, sempre penso nisso.
Mas, como sempre tento ver um lado positivo: também a Internet democratiza a leitura, através de e-books, comunidades literárias e sites da área. Em toda tecnologia, como em todo ser humano, há bem e mal. A diferença é o que deixamos falar mais alto.
Vejo muita gente lendo, livros físicos mesmo, além de e-books. Acredito que o livro físico nunca vai ser superado pelo e-book, e até agora o mercado tem mostrado isso.
Também acredito que as relações pela Internet não superarão – embora, às vezes, superem – as relações ao vivo.
Que a Internet não seja apenas instrumento de vaidade e isolamento, mas de conhecimento e aceitação de todas as comunidades e minorias.
GS: Como você procura a sua Felicidade?
LK: Escrevendo e errando.
Lendo e tentando.
Quem sabe a verdade não seja que a Felicidade é que nos encontra, quando menos esperamos?
GS: E você, como se considera em relação ao uso da Internet e das redes sociais? Consegue aproveitar as coisas boas deste tipo de comunicação para promover as suas obras?
LK: Gostaria de ter mais tempo e conhecimento para utilizar todo o potencial da Internet, especialmente na literatura. Tenho tentado. Continuo aprendendo.
Acredito na Internet como um ótimo instrumento para levar conhecimento, incluindo a literatura, às pessoas. Nunca antes houve isso. Sei que há também as fake news, os malefícios, mas vamos pensar pelo lado bom: não deixa de ser uma oportunidade para os que souberem aproveitá-la.
É uma grande ferramenta para os escritores.
GS: Para terminar, gostaria de saber o que você deseja para 2019 não apenas a nível individual, mas também a nível universal. O que espera do ano novo para você e para os outros?
LK: O que eu mais desejo, para mim e qualquer pessoa de bom coração, é paz. Paz é estar de bem com si mesmo e, na minha opinião, com Deus.
Desejo também amor, que falta muito no nosso mundo. Desejo aceitação do que é diferente de nós, até estranho, mas puro e verdadeiro.
Desejo perdão. Desejo humildade. Desejo sonhos.
Porque, sem sonhos, não existe vida, apenas sobrevivência. E um ano novo é uma ótima oportunidade para voltar a sonhar.