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10 livros de ficção científica que previram o futuro

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10 livros de ficção científica que previram o futuro

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A ficção científica é um género literário que se começa a expressar já no século XIX e que prevê um futuro distante (frequentemente depois de passar a marca do ano 2000) e onde a realidade se encontra profundamente alterada. Escritores como Júlio Verne e H. G Wells projetaram realidades fictícias com transportes voadores no céu, submarinos capazes de navegar léguas e léguas debaixo de água e tecnologia capaz de controlar o Ser Humano.

Ainda que muitas destas ideias criativas continue por concretizar, a verdade é que muitas das previsões feitas em livros de ficção científica se vieram a concretizar nas últimas décadas. Temos a certeza que muitos dos escritores que deram vida a este género literário ficariam fascinados e se veriam a si mesmos como visionários e profetas se ainda estivessem vivos.

Como amante de ficção científica, fantasia e distopia, decidi olhar para a minha estante e recolher alguns dos livros que previram acertadamente o futuro. Quer partir connosco nesta viagem ao longo da ficção e realidade? Vamos lá!

10 previsões feitas por escritores de ficção científica

Paris in the Twentieth Century de Júlio Verne (1863)

Muitos leitores acreditam que a distopia assinada por Júlio Verne, com o título Paris in the Twentieth Century, não é o seu melhor trabalho. Ainda assim, este foi o primeiro livro onde o autor escreveu sobre o submarino, o grande veículo que seria capaz de navegar nas profundezas do mar e ainda a viagem à Lua, que só se viria a concretizar cerca de um século mais tarde mas que, de qualquer das formas, aconteceu. Este livro, que não é tão sonante como outros de Júlio Verne, foi “recentemente” descoberto pelo seu bisneto, em 1989, num cofre que supostamente estava vazio.

An Express of the Future de Michel Verne (1888)

E do pai passamos para o filho. Michel Verne, filho de Júlio Verne, também parece ter herdado a visão futurista do pai. No seu livro An Express of the Future, publicado quase na passagem para o século XX, mostra-nos um túnel transatlântico por onde passam comboios movidos com tubos pneumáticos. Curiosamente, Elon Musk propôs recentemente  o Hyperloop, um sistema de transportes muito semelhante e que tornará possível ir de uma parte da Califórnia a outra muito rapidamente.

The World Set Free de H.G. Wells (1914)

Não há dúvida de que H. G. Wells será para sempre recordado como um dos pais da ficção científica. No ano de 1914, ano que assistiu ao início da I Guerra Mundial, o autor publicou The World Set Free, uma obra onde descreve aquilo que são bombas atómicas. Ainda que tais mecanismos de guerra só tinham sido criados anos mais tarde, e usados para pôr um ponto final à II Guerra Mundial, é incrível perceber como Wells fez esta previsão assombrosa.

Brave New World de Aldous Huxley (1932)

O livro Brave New World acontece na cidade de Londres, no ano de 2540 e apresenta-nos uma realidade brutal onde as pessoas se aliviam através da utilização de drogas que melhoram o seu humor. Ainda que tais drogas possam ser identificadas como anti-depressivos e calmantes, medicamentos que são muito comuns hoje no mercado, esta previsão feita por Aldous Huxley aconteceu na década de 1930, cerca de vinte anos antes de ser vendido pela primeira vez um anti-depressivo.

1984 de George Orwell (1948)

George Orwell provoca arrepios com o clássico distópico 1984. A realidade que nos apresenta é brutal e exagerada, mas estará tão desfasada da realidade que nos rodeia hoje? Neste livro, o governo encontra-se entregue ao Big Brother, uma força que não conhecemos concretamente mas que está lá, sempre atrás de nós, a vigiar cada movimento que fazemos, a ditar cada uma das nossas acções e pronto a castrar-nos se nos atrevermos a pensar contra os padrões normais. Ainda que tudo isto possa ser exagerado, a verdade é que a polémica da NSA e das escutas telefónicas, no Estados Unidos, provocou um escândalo gigantesco e provou que a privacidade já não respeita os limites que pensávamos.

Stranger in a Strange Land de Robert Heinlein (1961)

O escritor Robert Heinlein descreveu pela primeira vez o colchão de água no sue romance de ficção científica Stranger in a Strange Land. De facto, a ideia encontra-se de tal forma descrita no seu livro que, em 1968, quando Charles Hall tentou registar a patente do colchão de água, teve de facto dificuldade em fazê-lo porque tais créditos já eram atribuídos a Henlein.

2001: A Space Odyssey de Arthur C. Clarke (1968)

Ainda que o filme 2001: A Space Odyssey seja mais conhecido do que o livro, a verdade é que a obra de Arthur C. Clarke alcançou grande sucesso quando chegou às livrarias e prevê dois aspectos importantes que fazem hoje parte das nossas vidas. Nesta representação realista das viagens espaciais, o escritor introduz um dispositivo muito semelhante a tablet e apresenta ainda memorandos, documentos e jornais num formato digital. Um pensamento extremamente avançado para alguém que vivia numa altura onde a Internet não existia ainda.

Time is the Simplest Thing de Clifford Simak (1977)

No livro Time Is The Simplest Thing as personagens dominam a capacidade de fazer carne artificial: um produto cujos prós e contras são discutidos pelo protagonista, Blaine e Dalton, um homem de negócios. Nessa conversa, temos uma ideia mais clara de como funciona isto tudo. Hoje, numa altura em que se fala de impressão 3D de órgãos e tecidos humanos, prova-se facilmente que a visão de Clifford Simak em 1977 era já muito avançada. Estaremos muito longe da banalização da produção de carne artificial?

Neuromancer de William Gibson (1984)

Estamos em 1984 quando William Gibson publica um livro futurista chamado Neuromancer. Por esta altura, a Internet era um conceito que estava ainda longe de chegar à forma como a conhecemos hoje: a World Wide Web. Porém, a personagem que conhecemos neste livro não só usa a Internet como o fazemos hoje como também entra em computadores privados para roubar dados, mostrando-nos pela primeira vez como funcionariam o sistema de hacking online.

Stand on Zanzibar de John Brunner (1969)

John Brunner representa em Stand On Zanzibar uma realidade muito semelhante à nossa. Incrivelmente semelhante. Ainda que o livro tenha sido escrito em 1969, é-nos feito um relato dos Estados Unidos no ano de 2010. O país é governado pelo presidente Obomi. Sim, leu bem. Obomi. Parece-lhe familiar com um outro nome? Entretanto, a sociedade é completamente caótica, repleta de anúncios publicitários em todos os cantos e marcada por eventos como ataques terroristas e violência nas escolas. Entretanto, a cultura gay é completamente aceite e nas ruas vêm-se carros elétricos. Uma realidade tão próxima da que nos rodeia hoje que parece tudo menos ficção.

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