Henry James: o americano que deu o coração à Grã-Bretanha
Henry James nasceu nos Estados Unidos da América em 1843 na cidade de Nova Iorque. Cerca de 70 anos mais tarde, viria a morrer longe da sua terra natal e com uma nacionalidade diferente. Após passar grande parte da sua vida na Grã-Bretanha, onde escreveu algumas das suas obras mais importantes, acabou por adquirir nacionalidade britânica, em 1915, um ano antes da sua morte.
Com uma educação planeada ao detalhe pelo seu pai, Henry James teve acesso a um leque variado de influências científicas e filosóficas, ministradas em contexto familiar por tutores. A única altura em que terá frequentado escolas terá sido durante as viagens que a família fez pela Europa, entre 1855 e 1860. Em França, onde os James estiveram instalados durante um longo período de tempo, Henry tornou-se fluente em francês e começou a considerar aquele país como a sua segunda casa.
O regresso à América acabou por acontecer quando tinha cerca de 17 anos. Por esta altura, o autor terá sido introduzido à escrita de Honoré Balzac, o escritor que rapidamente se torna no seu grande mestre. Três anos mais tarde, Henry James faz a sua primeira publicação: uma crítica a uma peça de teatro. Até 1870, escreveu artigos e peças para diferentes publicações, publicando então o seu primeiro livro Watch and Ward.
Henry James: do Novo Mundo para o Velho Continente
Algures em 1869, Henry James sentiu-se esgotado de uma América que considerava hostil e fez as malas para a Europa. Londres, Paris e Roma foram algumas das paragens que fez, encontrando a inspiração para escrever obras como Roderick Hudson, The American e The Europeans. Como os próprios títulos indicam, a relação entre o Novo Mundo cosmopolita e o velho continente Europeu são temas frequentes da sua obra literária.
Em 1976 (após um breve regresso aos EUA) retorna a Londres, fazendo da cidade a sua casa nos 20 anos seguintes. É neste período que escreve obras icónicas como Daisy Miller (o livro que lhe deu popularidade em Inglaterra) e ainda , Os Bostonianos e A Princesa Casamassima, cujas histórias e personagens destes livros consagram-no como um dos autores mais proeminentes do género literário novela.
Daqui para a frente, Henry James começa a abandonar o realismo para aprofundar temas mais psicológicos, centrados em personagens que são apresentadas na 1.ª pessoa. Além dos seus trabalhos mais longos, escreveu também mais de cem contos e dedicou um capítulo da sua carreira ao teatro (embora não tenha corrido muito bem, tendo sido até vaiado após a apresentação da sua peça Guy Donville).
Apesar de ter deixado Londres no final de 1890, Inglaterra continuou a ser o seu lar até à morte. O frenesim da cidade foi trocado pelo sossego de uma pequena vila no topo de uma colina, em Sussex. Foi aí que Henry James morreu, após sofrer um derrame cerebral, no ano de 1916, quando o mundo tremia à mercê da Primeira Guerra Mundial.