10 Exemplares de literatura infantil para ler até aos 10 anos
Há livros que marcam a infância e que, por muito que o tempo passe, nunca nos saem da memória. Com os tablets e os computadores, a literatura infantil parece estar cada vez mais afastada das crianças; ainda assim, Mary Sebag-Montefiore continua a defender que não há nada que mais prenda a atenção dos miúdos do que uma boa história.
Em entrevista ao britânico The Guardian, a escritora aceitou o desafio de aconselhar 10 livros que todas as crianças devem ler antes de completarem 10 anos de idade. Uma proposta para o verão que se estende a todo o ano e, quem sabe, até mesmo aos adultos a quem estas obras nunca passaram pelas mãos.
Na opinião da escritora, estes exemplares da literatura infantil condensam um conjunto de vantagens: são “divertidos, sérios” e sobretudo “fazem pensar”. Ao longo da sua carreira, Mary Sebag-Montefiore destacou-se pela reescrita de grandes clássicos que viram a sua história adaptada para os mais jovem. Entre as várias obras, a escritora já reescreveu livros como Guerra e Paz, Oliver Twist e Dom Quixote.
Desta vez, não falou das obras que adaptou. Em vez disso, preferiu aconselhar livros originais que, no seu ponto de vista, vão fazer com que as crianças despertem para questões importantes ao mesmo tempo que se divertem – e muito! Vejamos agora a lista de obras recomendadas
Literatura infantil obrigatória até aos 10 anos
A História de Pedrito Coelho, de Beatrix Potter
é um livro escrito e ilustrado por Beatrix Porter. Ao longo das páginas acompanhamos as aventuras do pequeno animal num mundo um tanto ao quanto cruel. O facto de Beatrix conseguir transpor essa crueldade de forma a que os mais novos a percebam é sem dúvida um grande feito. Além disso, é impossível não nos apaixonarmos por Pedrito Coelho, “um verdadeiro herói”, diz a escritora.
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
Quem nunca ouviu falar de ? O clássico de Lewis Carroll tornou-se famoso graças às adaptações cinematográficas, mas a verdade é que a história fala por si. Nas palavras de Mary Sebag-Montefiore, esta foi a primeira vez que uma obra decidiu “trazer divertimento em vez de moralidade”. Com um lado divertido e anedótico, Alice do País das Maravilhas reúne um leque de personagens memoráveis, do Chapeleiro Louco à Rainha Vermelha.
O Vento nos Salgueiros, de Kenneth Grahame
Apesar da escritora recomendar a leitura até aos 10 anos, faz parte do Plano Nacional de Literatura até ao 9º ano de escolaridade. Salientando que há partes que podem ser consideradas um pouco aborrecidas e complexas Mary Sebag-Montefiore deixa a ressalva que “não é pecado saltar as partes demasiado sérias”. O livro vale pelas personagens que, no final, acabam por ser vistos como amigos.
As Mulherzinhas, de Louisa May-Alcott
Ao longo de conhecemos as quatro irmãs March: Meg, Jo, Beth e Amy. A história passa-se depois da partida do pai para guerra, que faz com que a família tenha de enfrentar grandes dificuldades. Apesar do cenário negativo, a obra acaba por deixar uma mensagem positiva, sublinhando a importância de resistir às adversidades e de seguir sempre aquilo em que acreditamos.
A Princesinha, de Frances Hodgson Burnett
O livro segue um modelo semelhante ao de Cinderela. No centro da história está Sara, uma criança muito imaginativa e criativa, que depois de ficar órfã é obrigada a trabalhar como escrava na cozinha. Para escapar, a criança disfarça-se de princesa e acaba não por encontrar o principe encantado, mas sim um homem que a adota.
O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett
Para Mary Sebag-Montefiore, este é sem dúvida um dos livros infantis “mais amados” de sempre. Tudo começa com Mary Lennox, também ela órfã, mas desta vez não com uma personalidade tão adorável como a de A Princesinha. Numa viagem à casa assustadora do tio, a Mary descobre um misterioso jardim. Ao longo do livro acompanhamos a transformação da sua personalidade, acabando por se tornar numa menina amorosa. No processo, é acompanhada por Colin, o primo que deixa de ser mimado e hipocondríaco para se transformar num rapaz ativo e divertido.
Ana dos Cabelos Ruivos, de Lucy Maud Montgomery
fala de igualdade de sexos, embora de forma nem sempre explicita. A obra de Lucy Maud Montgomery é sobre um casal que quer um rapaz para que ele possa ajudar nos trabalhos da quinta. Contactam o orfanato, mas por engano eles enviam-lhe uma menina, Ana dos Cabelos Ruivos. Com o tempo, a criança acaba por conquistar os adultos pela sua personalidade gentil.
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, de CS Lewis
O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa é um livro que nos transporta para Nárnia. A obra também já foi adaptada ao cinema e, como muitos já sabem, conta a história de um grupo que desafia o poder da bruxa. Para Mary Sebag-Montefiore, este é um “clássico fabuloso” com uma narrativa que se torna inesquecível.
A Princesa e o Goblin, de George MacDonald
Se a criança gostar das Crónicas de Nárnia, então é muito provável que também gostará de A Princesa e o Goblin. Num livro repleto de magia, MacDonald apresenta-nos Irene, uma princesa que vive num castelo. O que provavelmente não está a espera de saber é que por baixo desse castelo existem tuneis habitados por goblins, cujo objetivo é raptar a princesa para a levarem até ao seu príncipe.
Quando Hitler me roubou o coelho cor-de-rosa, Judith Kerr
Hitler num livro infantil? Sim, é isso mesmo. No livro de Judith Kerr as crianças ficam a saber mais sobre a Segunda Guerra Mundial. A obra tem tato suficiente para que os mais novos não fiquem assustados com os factos, mas deixa uma importante mensagem de igualdade. Segundo Mary Sebag-Montefiore este é um livro para ler até aos 10 e reler novamente em qualquer idade.