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7 documentários e livros de Bob Dylan para entender o Nobel da Literatura

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7 documentários e livros de Bob Dylan para entender o Nobel da Literatura

by Eduardo Aranha

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No dia 13 de outubro demos uma notícia que não estávamos à espera: Bob Dylan, o bem conhecido cantautor que se tornou uma lenda do folk e do rock and roll, foi distinguido com o prémio Nobel da Literatura de 2016. Se a Academia já estava envolvida em polémicas em anos anteriores, atribuindo constantemente prémios a autores que não eram vistos como “favoritos” pelo público, este ano a onda de polémica alcançou um novo nível.

A distinção foi atribuída por uma razão muito legítima: Bob Dylan desenvolveu uma nova expressão poética na tradicional canção americana. Com claras influências da Beat Generation – tendo inclusive travado amizade com Allen Ginsberg –, Bob Dylan não conta propriamente com uma bibliografia longa no que toca a obras publicadas, ainda que possamos ouvir muito do seu trabalho literário através das músicas que compôs e que o tornaram célebre.

Neste artigo procuramos apresentar um guia a todos os que se sentiram perdidos com a atribuição deste prémio. Se já pesquisou a bibliografia de Bob Dylan de forma a comprar uma obra que o permita conhecer melhor o cantautor, podemos dizer-lhe que pode parar já de investigar. Nos próximos parágrafos listamos algumas das melhores obras do Nobel 2016 assim como documentários e trabalhos de terceiros que documentam a vida de Bob Dylan.

7 documentários e livros de Bob Dylan para entender o Nobel da Literatura

Tarântula – Bob Dylan

O único livro de ficção de Bob Dylan, Tarântula, foi escrito em 1966 durante o pico criativo em que produziu Blonde on Blonde. Fazendo lembrar as melhores canções de Dylan, é uma leitura essencial para quem goste de boa literatura. A alternância entre poemas e prosa em Tarântula reflecte igualmente as preocupações artísticas que encontramos nas canções contemporâneas de Dylan: um sentido de protesto, uma diversão e espontaneidade verbais, e uma crença na legitimidade da rua — com toda a sua vida garrida — enquanto assunto.

Crónicas – Bob Dylan

Bob Dylan chega a Nova Iorque em 1960, quando não completara ainda vinte anos. Os encontros que teve na tumultuosa e noctívaga Greenwich Village haveriam de marcar a sua vida. Bob Dylan recorda em Crónicas os seus encontros com músicos, produtores e artistas e os seus primeiros amores e fala-nos da desordenada biblioteca, descoberta em casa de um amigo e que foi essencial na sua formação, onde leu de Tucídides a Eliot. Há ainda a história da sua vida em Nova Orleães e Woodstock, onde a avassaladora fama, que o perseguiu como símbolo de uma geração, impediu a vida familiar que desejava ter com a mulher e os filhos.

Don’t Look Back (1967) – D.A. Pennebaker

Este é um documentário que acompanha o início de carreira de Bob Dylan, acompanhando a sua tour por Inglaterra em 1965. O documentário valeu mesmo ao realizador D. A. Pennebaker o título de 9º melhor documentário da história, de acordo com a revista britânica especializada em Sight & Sound. O retrato de Dylan não poderia ser mais fiel à juventude do artista. Carismático e confiante, mas também contraditório, surge em cenas memoráveis para qualquer fã de música: interrompe o ex-tecladista do The Animals, Alan Price, para perguntar porque tinha deixado a banda.

 

No Direction Home (2005) – Martin Scorsese

Neste segundo documentário, realizado por Martin Scorsese, acompanhamos a trajetória de Bob Dylan entre a sua chegada a Nova York, em 1961, e o acidente de motocicleta que sofreu em 1966. No período, este descendente da Beat Generation, com sua poesia moderna norte-americana, atingiu o seu auge como cantor de música folk acústica para dar uma guinada e adotar arranjos elétricos. No total, o documentário conta com 208 minutos essenciais para quem quer conhecer a vida do músico.

Highway 61 Revisited (1965) – Bob Dylan

Passamos então para a música. O álbum Highway 61 Revisited, ápice da história contada pelo documentário de Scorsese, é o grande momento do violão encabeceado por Bob Dylan: 8 das suas 9 canções têm no arranjo uma banda de rock tradicional, com a inclusão de instrumentos como guitarra, baixo, órgão e bateria. O 4.º melhor álbum da história da música, de acordo com revista Rolling Stone, é sem dúvida um marco na carreira do artista e uma referência.

Blonde on Blonde (1966) – Bob Dylan

Blonde on Blonde, a última das três grandes obras elétricas do compositor foi especialmente aclamada pela crítica. O biógrafo Michael Gray definiu o trabalho de Bob Dylan como sendo “uma mistura única do visionário e coloquial”, assumindo-se ainda no mercado como um dos primeiros álbuns duplos da história do rock, notável pela quantidade excepcional de músicos que marcaram presença em estúdio e por apresentar músicas que são verdadeiras obras de poesia.

John Wesley Harding (1967) – Bob Dylan

Depois de três álbuns seguidos de rock n’ roll, Bob Dylan afastou-se do movimento psicadélico que andava então em voga e voltou à sua raiz acústica com uma pá de referências bíblicas. Numa entrevista concedida em 1968, revelou mesmo alguma preocupação face à sua capacidade de síntese e ao medo em incorrer o risco de “Usar palavras a mais”.

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