Noruega quer digitalizar todos os seus livros até 2020
A iniciativa foi anunciada em há já alguns anos e, desde então, têm sido encetados esforços para que, até 2020, a primeira parte dos livros de língua norueguesa sejam digitalizados e armazenados online na Biblioteca Nacional do país.
O objetivo da política de digitalização é fazer com que nenhuma obra seja perdida, algo que já aconteceu em casos anteriores. Em simultâneo, pretende-se democratizar o acesso à informação que passará a ficar disponível de forma gratuita e à distância de um clique.
A Noruega segue, desta forma, o exemplo da Finlândia e do Reino Unido que também já começaram a digitalizar obras que fazem parte da sua identidade cultural. Em Portugal, uma iniciativa semelhante foi levada a cabo pela Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
A tendência é cada vez mais evidente, sendo que podemos dizer quase com certeza que o futuro das bibliotecas passa pela digitalização e divulgação online. No caso da Biblioteca Nacional Norueguesa, o conteúdo fica disponível para todos aqueles que estiverem no país. O serviço funciona através de um sistema de identificação de IPs que permite saber se o utilizador está ou não na Noruega. Se estiver, toda a informação ficará disponível para consulta.
A Noruega possui uma lei que diz que todos os livros do país devem ter uma cópia na Biblioteca Nacional. Das obras consultáveis excluem-se aqueles que se encontram protegidos por direitos de autor.
Esta será uma primeira fase do processo de digitalização que deverá ficar concluída por volta de 2020. A totalidade das obras deverá demorar entre 20 a 30 anos serem transpostas para formato eletrónico. Até 2012, tinham sido digitalizados 350 mil jornais, 235 mil livros e 240 mil páginas de manuscrito. Do arquivo deverão fazer também parte conteúdos de outros meios de comunicação, como programas de rádio e televisão.
A estratégia de digitalização aplicada pela Noruega
Com a política de digitalização, a Noruega pretende atingir uma série de objetivos em simultâneo. O primeiro é fazer com obras antigas e de enorme valor cultural se mantenham consultáveis. Falamos, por exemplo, de manuscritos da Idade Média, alguns em estado avançado de deterioração graças à passagem do tempo.
A juntar a isto, é possível criar um arquivo gigantesco que pode ser facilmente consultado por qualquer um, via Internet. E é mesmo essa uma das metas do projeto: democratizar a cultura e torná-la acessível e gratuita a quem quer que seja, independentemente do local onde se encontre ou das capacidades financeiras que possui.
Outra das vantagens está na possibilidade de alargar a biblioteca através de parcerias com instituições ou até mesmo coleções privadas. Todas as digitalizações devem seguir um modelo standart, estabelecendo um padrão para futuras iniciativas semelhantes na Noruega.