Investigadores conseguem replicar os sons da primeira língua falada na Europa
Nunca ninguém pensou que chegasse o dia em que uma equipa de investigadores poderia replicar os sons de línguas antigas e mortas, de forma a perceber como a linguagem evoluiu ao longo dos séculos. No entanto, esse dia chegou.
Foi graças ao esforço de uma equipa de matemáticos da Universidade de Cambridge e peritos linguísticos da Universidade de Oxford que conseguimos hoje ouvir os sons de uma linguagem que foi substituída por todas as outras. Algumas línguas antigas, agora a ser ressuscitadas, podem ser ouvidas graças à tecnologia.
“Os sons têm forma,” disse o Professor John Aston, um dos principais investigadores do projeto e membro do Laboratório de Estatística de Cambridge, em declarações à imprensa. “Ao pronunciarmos uma palavra, ela vibra no ar e a forma desta onda sonora pode ser medida e transformada numa série de números.”
Uma palavra dita numa língua tem, claro, uma forma diferente para a mesma palavra falada numa outra língua. Esta mudança de som pode ser rastreada e modelada em 3D, permitindo que as as características comuns de ambos os sons possam ser descritos matematicamente. Da mesma forma, os recursos perdidos entre as línguas podem também ser visualmente traçados.
Desta forma, a equipa de investigadores conseguiu determinar como duas línguas mudaram ao longo do tempo, e como se separaram a partir de uma língua-raiz comum – e cada língua tem uma língua-raiz comum. Numa última análise, os investigadores procuraram reverter a evolução das línguas faladas hoje para descobrir o que as línguas mortas poderiam ter soado, incluindo “proto-indo-europeu” (PIE), a língua mais antiga conhecida.
O PIE, falado há cerca de 6 mil anos atrás, foi criado por pessoas naturais do norte do Mar Cáspio. Não há textos escritos da linguagem, mas os investigadores sabem que existiu devido às semelhanças escondidas nas várias de centenas de línguas que descenderam dela, como é o caso do Alemão, Inglês, Espanhol e Francês.
Surpreendentemente, o projeto dos investigadores conseguiu ir ainda mais além. Agora que reverteu idiomas, a equipa começa a olhar para o futuro, de forma a prever a evolução da língua e perceber como será a nossa linguagem no futuro.