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Rasputin: o monge mais estranho que a Rússia conheceu

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Rasputin: o monge mais estranho que a Rússia conheceu

by Eduardo Aranha

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Já ouviu falar de Rasputin, o homem louco que ganhou fama no início do século XX por ter forma de ser meio imortal? Bem, se não conhece vai certamente apreciar este post porque vamos contar a história de um homem que foi influente na corte russa do fim do período czarista e que teve uma vida estranha (e uma morte mais estranha ainda!), preenchida com vários mistérios que ainda hoje não se conseguem entender.

Grigoriy Yefimovich Rasputin nasceu em Pokrovskoye, na Sibéria, numa família de camponeses no ano de 1869. Em criança, não demorou muito a chamar a atenção dos seus vizinhos e de todos os habitantes da vila. Viam nele algo estranho e fora do normal. Alguns iam até mesmo mais longe defendendo que a criança tinha poderes sobrenaturais.

É então que chega a adolescência e o jovem Rapustin deixa a sua vila para entrar no mosteiro de Verkhoture, nos Montes Urais e seguir o sacerdócio. No entanto, outra paixão falou mais alto quando, aos 19 anos, acabou por deixar o mosteiro para casar com Praskovia Fyodorovna, com quem teve três filhos.

Seguem-se os primeiros anos de casado e a mudança para a vida da alta sociedade de São Petersburgo, em 1906, que abre inúmeras portas para o estranho Rasputin. Não tarda nada está a ser apresentado ao Czar Nicolau II e à sua esposa Alexandra Feodorovna, que lhe proporcionaram o meio certo para conquistar a fama pelo qual é hoje relembrado.

Mas como é que Rasputin ascendeu socialmente de forma tão rápida?

Registos históricos dão-nos conta de que Grigoriy Rasputin começou por ser procurado pelos czares, que estavam então desesperados para encontrar uma cura para o herdeiro do trono, Alexei Romanóv. A criança padecia de hemofilia, uma doença que afeta a coagulação do sangue. Com métodos considerados milagrosos na altura, Rasputin era o único curandeiro capaz de estancar as feridas do príncipe sempre que sangrava.

Investigadores e historiadores acreditam que o tratamento estivesse baseado não em poderes sobrenaturais mas sim em técnicas de relaxamento capazes de acalmar o príncipe e de baixar assim a sua pressão sanguínea. Hipnose é também uma opção não descartada pelos historiadores.

Entre os outros poderes que Rapustin dizia ter, encontram-se talentos mais polémicos como a sua alegada capacidade para livrar as mulheres dos seus pecados caso tivessem relações carnais consigo. Ainda assim, a habilidade de Rasputin para curar o princípe foi suficiente para convencer a czarina e para que fizesse do curandeiro seu conselheiro pessoal. Apesar de se levantarem alguns protestos contra o homem, a czarina levantou-se sempre em sua defesa.

Segundo os críticos, a influência de Rasputin foi um dos factores que provocou o afastamento dos monarcas do seu povo. A má fama do monge curandeiro, estando associado à família, acabou por impactar a própria reputação dos Románov. Consta-se que pela corte e em São Petersburgo circulavam rumores de que o monge organizava orgias e de que mantinha relacionamentos com inúmeras mulheres casadas. O rumor de que era amante da própria czarina não tardou a surgir.

Tudo isso aconteceu no período que antecedeu à Revolução Russa que pôs fim ao regime czarista na Rússia. Surpreendentemente, o monge terá previsto que a Rússia cairia em desgraça durante a Primeira Guerra Mundial, levando o Czar a partir para a batalha e a deixar a czarina Alexandra encarregada dos assuntos domésticos. Embora isto seja parcialmente verdade, a profecia foi suficiente para envenenar a mente da czarina contra alguns dos seus aliados.

Rasputin: um alvo a abater

A má fama era tal que, eventualmente, começaram a acontecer várias tentativas de assassinato contra o monge. A primeira delas foi em 1914, pelas mãos de uma prostituta que esfaqueou Rasputin e supostamente o deixou com as tripas de fora. Porém, o monge terá milagrosamente sobrevivido, algo que contribuiu apenas para alimentar os rumores acerca da sua imortalidade.

Dois anos depois, um grupo de nobres convidou Rasputin para uma visita à residência de um deles, oferecendo-lhe vinho e comida com veneno em quantidade suficiente para matar cinco homens. Caído e aparentemente morto, mas sem qualquer sinal que provasse que tinha sido envenenado, os conspiradores decidiram dar-lhe um tiro para ter a certeza de que Rasputin estava mesmo morto.

E, segundo reza a história, Rasputin acordou nesse momento e tentou estrangular um dos seus agressores. Só depois de ser alvo de vários tiros é que o monge foi declarado morto. Ao que consta, os assassinos de Rasputin cortaram então o pénis à sua vítima, enrolaram o seu corpo num tapete e depositaram-no no rio Neva que, nessa altura do ano, estava parcialmente congelado. Autópsias a Rasputin, quando o corpo foi encontrado três dias mais tarde, mostraram que o curandeiro poderia estar vivo quando foi depositado no rio. Hipotermia ou afogamento eram as causas mais prováveis para a sua morte.

O mais curioso é que Rasputin terá dito ao czar, dias antes de morrer, que se um dia morresse às mãos de desconhecidos a família real conseguiria manter o poder durante mais de um século. Porém, caso a sua morte acontecesse graças à acção conspiradores da nobreza, o czar e a sua família seriam mortos pelo povo russo em breve. Foi exatamente isso que aconteceu no ano que se seguiu.

Entretanto, fica apenas um mistério para resolver: o que aconteceu ao pénis de Rasputin? Usado como amuleto de fertilidade por mulheres russas que viviam em Paris nos anos 20, o órgão sexual de Rasputin acabou por ser resgatado anos mais tarde por uma das suas filhas até trocar de mãos… e se descobrir que era afinal um pepino seco.

Porém, o verdadeiro pénis foi descoberto em 2004! Um investigador da Academia Russa de Ciências Naturais decidiu abrir um museu dedicado ao erotismo em São Petersburgo, na Rússia, e, além de vários pertences de Rasputin, um dos itens em exposição seria o famoso membro. O tal pesquisador garante que o órgão, com 30 centímetros de comprimento, foi adquirido através de um colecionador francês não identificado.


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