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10 livros de reportagens interessantes que merecem a sua atenção

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10 livros de reportagens interessantes que merecem a sua atenção

by Eduardo Aranha

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O mercado literário está repleto de livros, é verdade. Basta irmos a uma livraria uma vez por semana ou visitar um site de venda de livros todos os dias para assistirmos a mudanças no catálogo. Perante tanta oferta, não será de todo difícil satisfazer a nossa necessidade de comprar um livro bom.

Porém, não é novidade nenhuma que os livros que normalmente estão entre as principais preferências dos leitores são os romances de ficção. Todos nós sabemos. Aquela secção que nos parece sempre mais aborrecida das livrarias, com livros de ensaio e manuais técnicos, quase passa despercebida ao nosso olhar.

Mas o que acontece quando lemos um bom livro que, mesmo não sendo romance ou ficção, se baseia no relato de acontecimentos reais e consegue ser tão emocionante, ou até mesmo mais, que qualquer outro livro? Neste post apresentamos 10 livro reportagens que são capazes de arrepiar e que nos levam até ao seio de algumas das situações mais dramáticas e curiosas do mundo.

10 livros de reportagens que merecem a sua atenção

Os Sertões – Euclides da Cunha

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Este livro de 1902 é uma grande reportagem à Guerra de Canudos, um confronto entre o exército brasileiro e um movimento popular liderado pela figura profética de António Conselheiro, na cidade de Canudos, na Bahia, entre 1896 e 1897. Ainda que com um exército fracamente armado e preparado, António Conselheiro conseguiu resistir a duas investidas militares e matar 5 mil soldados antes de ser dizimado. Euclides da Cunha, que foi enviado para o campo de batalha em nome do jornal O Estado de S. Paulo, relatou todo o acontecimento.

A Sangue Frio – Truman Capote

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Da autoria do norte-americano Truman Capote, o livro A Sangue Frio é frequentemente considerado como um dos marcos iniciais do livro-reportagem. Ao longo do livro são descritos fatos num formato mais narrativo, como se tratasse de um livro de ficção, ainda que a história relatada seja baseada em factos verídicos, mais precisamente na forma como autor se envolveu com um criminoso preso pelo assassinato de uma família no Estado do Kansas, Estados Unidos.

No ar rarefeito – Jon Krakauer

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Estamos no inverno de 1996 quando uma tempestade de neve mata pelo menos oito pessoas e deixa dezenas de feridos no Monte Everest. Jon Krakauer, que tinha sido enviado por uma revista para fazer reportagem sobre a escalada ao cume do ponto mais alto do mundo, assistiu de perto a esta tragédia que relata no seu livro. De forma brilhante, o jornalista consegue transparecer para o papel o desespero dos alpinistas, as ameaças da montanha e, acima de tudo, o constante fascínio por aquele que é o ponto mais alto do mundo.

Gomorra – Roberto Saviano

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Já imaginou como seria se alguém se atrevesse a infiltrar na máfia italiana para descobrir todos os seus segredos e os expor ao público? Sim, é perigoso. Ainda assim, o jornalista Roberto Saviano decidiu dar esse passo. Durante o seu tempo no seio da máfia, assistiu e iuviu muitos segredos que mais tarde contou no livro Gomorra. O livro apresenta uma abordagem abrangente e reveladora que lança facilmente investigações policiais e que coloca o escritor na mira da máfia italiana. O escritor, assim como toda a sua família, vivem em anonimato.

Hiroshima – John Hershey

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A perspetiva que conhecemos dos bombardeamentos nucleares às cidades japonesas, no final da Segunda Guerra Mundial, é nos dada diretamente pelos responsáveis de tais ataques: os Estados Unidos. Porém, o que aconteceu realmente a quem estava na cidade? Como continuou a vida de quem sobreviveu? Neste livro, assinado pelo jornalista John Hershey, o autor fala com sobreviventes do ataque nuclear e reconstroi os factos da tragédia pela ótica de quem sofreu diretamente com ela.

Notícia de um sequestro – Gabriel García Márquez

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Gabriel García Márquez, um dos nomes mais importantes da literatura mundial, explora os detalhes da rede criminosa liderada pelo traficante Pablo Escobar, na Colômbia, nos anos 1990. O autor apresenta-nos dados interessantes sobre os cativeiros, sequestros e negociações entre os traficantes, as famílias das vítimas e o governo. Toda esta investigação é baseada em evidências e testemunhos recolhidos por Gabriel García Márquez.

Dias de Inferno na Síria – Klester Cavalcanti

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Klester Cavalcanti, um jornalista residente em São Paulo, deixou o Brasil para se mudar para a Síria, em março de 2011, numa altura em que se travava a guerra civil que assolava a nação. O jornalista, no entanto, foi detido na fronteira com o Líbano, foi preso, torturado e mantido refém lado a lado com seis outros cativos durante seis dias. O jornalista conta, em Dias de Inferno na Síria, como foi esse período às mãos de criminosos.

Fuga do Campo 14 – Blaine Harden

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Quem nasce na Coreia do Norte e não pertence a uma família com altos cargos de administração no governo, vive até aos seus últimos dias em extrema pobreza e completamente isolado do mundo. A situação é ainda mais negra para quem vive num campo de concentração norte-coreano. Neste livro, o jornalista Blaine Harden conta-nos a história de Shin Dong-hyuk, que viveu no campo onde nasceu, viu a execução da própria mãe e do seu irmão mais velho. Felizmente, num golpe de sorte, o jovem conseguiu fugir do país e encontrou asilo político na Coreia do Sul.

Stasilândia – Anna Funder

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Quem tentasse passar o Muro de Berlim do Leste para o Ocidente seria fuzilado na hora. O esquema de segurança, montado pela Stasi – alegada polícia secreta da Alemanha de Leste – é o grande cenário de fundo do livro Stasilândia de Anna Funder. A jornalista australiana conta histórias de vítimas e ex-agentes da Stasi, reconstruindo as ações do esquadrão de elite do governo da Alemanha de Leste, que deixaram cicatrizes históricas no povo da Alemanha unificada.

O Palestiniano – Antonio Salas

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Para escrever o livro O Palestiniano, o jornalista espanhol Antonio Salas criou uma identidade falsa à prova de qualquer teste e perfurou as malhas das redes do terrorismo internacional, demonstrando em simultâneo como são atraídos novos recrutas todos os dias, enquanto as organizações criminosas se ajustam aos moldes da vigilância internacional. Logo após os atentados de 11 de Março de 2004 em Madrid, este jornalista espanhol iniciou uma viagem de 6 anos ao universo do terrorismo internacional, conseguindo de forma notável dissecar e explanar muitas das razões que levam milhares de pessoas a aderirem a movimentos radicais extremistas.

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