Thomas Mann: moral e a humanidade entre duas guerras
Thomas Mann, o Nobel da Literatura alemão, nasceu a 6 de Janeiro de 1875 e destacou-se pela escrita de obras como Morte em Veneza, romance lançado em 1912 e que conta a história de um homem que se apaixona platonicamente por um jovem polaco. Com um enredo reduzido e controverso, o clássico é reconhecido pelos múltiplos sentidos que cada parágrafo carrega. Todavia, este é só um dos muitos contributos de Thomas Mann para a literatura.
Natural da cidade de Lübeck, Thomas Mann é filho de um mercador alemão e de uma descendente de alemães com propriedades no Brasil. À medida que foi crescendo, foi-lhe incumbida a tarefa de tratar dos negócios da família. Nesta sequência, os pais colocaram-no no Katharineum, uma escola da qual nunca gostou. Apesar da resistência à educação, o futuro escritor viria a desenvolver um tipo de aprendizagem autodidata.
Os planos sofreram grandes alterações quando o pai faleceu, tinha Thomas Mann apenas 15 anos. A empresa foi vendida e a família mudou-se para Munique. Por essa altura, Mann tinha acabado a escola (ainda que a custo), começando a trabalhar no escritório de uma companhia de seguros. Pouco tempo depois, iniciou a atividade no jornalismo e tornou-se presença assídua em conferências sobre política, economia e artes.
A primeira obra foi publicada em em 1898 e chama-se Der kleine Herr Friedemann. Antes disso, Thomas Mann passou uma temporada em Itália e foi precisamente na capital do país que começou a escrever Buddenbrooks, um livro que se tornou um clássico e que inclusive já foi várias vezes adaptado ao cinema. Seguiram-se outras histórias mais pequenas, algumas com forte influência italiana.
Em 1905 casou-se com Katherina Hedwig Mann, uma jovem cuja família estava ligada à luta pelos direitos humanos. A primeira obra pós-matrimónio foi Königliche Hoheit, uma crítica às questões da moralidade e à aristocracia, que provocou admiração geral. Todavia, o grande êxito, Morte em Veneza, surgiria alguns anos depois em 1913.
Thomas Mann: interregnos e assuntos
Na altura em que estava a escrever Morte em Veneza, Thomas Mann já estava a pensar em A Montanha Mágica. Todavia, a obra seria apenas publicada em 1924, dada a interrupção na escrita motivada pela I Guerra Mundial. Nesse período, o escritor dedicou-se a Considerações de um Apolítico, uma reflexão sobre o Homem, lançada em 1918. Durante o conflito, Mann deu várias conferências em países neutros.
Mas foi o sucesso de A Montanha Mágica que tornou o seu nome conhecido universalmente conhecido, vendendo milhares de cópias. Na obra exploram-se questões relativas à Humanidade e o conceito de Homem enquanto ser moral e social.
O contributo para a literatura valeu a Thomas Mann a distinção com o Prémio Nobel de Literatura em 1929. Com a ascensão de Hitler, o escritor decidiu mudar-se para a Suíça. A contestação contra o regime nazi fez com que fosse expatriado em 1936, perdendo inclusive alguns títulos que lhe tinham sido atribuídos.
Em 1940, foi recebido pelos Estados Unidos da América que rapidamente o consideraram cidadão norte-americano. Daí em diante, viveu na Califórnia, mas, com o fim da guerra, visitou frequentemente o Velho Continente até que, em 1949, resolveu regressar de vez. Thomas Mann faleceu em 1955, numa localidade perto de Zurique, Suíça. Para trás, ficou um enorme legado na luta contra o regime nazi, mas sobretudo um enorme contributo para o mundo das letras.
Pode encontrar todas as obras de Thomas Mann na Amazon ou na Fnac