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V.S. Naipaul: Metade da Vida de um Homem pela metade

V.S. Naipaul: Metade da Vida de um Homem pela metade

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Três meses após a morte do autor Prémio Nobel da Literatura V.S. Naipaul, a Quetzal traz à estampa Metade da Vida. O livro, com tradução de José Vieira de Lima, chegou às livrarias a 9 de novembro, explorando temas como o exílio, a solidão e insegurança numa obra notável.

Naipaul escreveu-o numa altura em que julgava ter esgotado a sua veia para este género literário, o romance:

“Restava, no entanto, uma nota que tinha tirado quinze ou vinte anos antes. Escrevera-a à máquina, com uma letra pequena e espaços simples, e ocupava um quarto de página.”

É deste apontamento que surge Metade da Vida, que tem por cenário a Índia, a Inglaterra e a África portuguesa e cujo personagem central é a figura de Willie Somerset Chandran.

Fruto da infeliz união entre um pai brâmane (sempre em conflito com a vida) e uma mãe de casta inferior, Willie está desejoso de encontrar um caminho que o conduza à sua própria vida, afastando-o daquela em que nasceu – triste, deslocada e sem esperança.

Um dos antigos conhecimentos do pai arranja-lhe uma bolsa de estudo em Londres e um quarto onde se hospedar. Aí chegado, sem saber nada do mundo e da cidade e sem conhecer ninguém, Willie anda à deriva pelas comunidades boémias e de imigrantes.

Pouco ou nada em Londres, no fundo, o faz sentir-se mais inteiro e real. É apenas quando tem a primeira experiência amorosa que sente uma possibilidade de completude.

Seguirá a sua primeira paixão para um país africano de língua portuguesa (talvez Moçambique) onde viverá quase duas décadas.

Ainda assim, continua a sentir que a vida que vive não é a sua e que aquilo que tomou por um grande amor provavelmente não foi senão o apego desesperado que decorre de uma grande solidão e insegurança.

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Leia críticas literárias sobre o livro Metade da Vida

«Um romance precioso, um tesouro clássico que não brilha num primeiro relance, mas que se torna incandescente no momento em que nele mergulhamos.» – Berliner Zeitung

«Uma pequena obra-prima e uma poderosa destilação do trabalho do autor até ao momento. O senhor Naipaul dota a sua história com a força e a elevação de uma fábula.» – Michiko Kakutani

 «Uma escrita com um nível de graça e subtileza fora do alcance da maioria dos escritores. Naipaul construiu um mundo sombrio de desconforto e de anseio do qual, paradoxalmente, o leitor não quererá escapar.» – Daily Mail

 

 

 

Quem é V.S. Naipaul?

O escritor V.S. Naipaul nasceu nas Caraíbas (em Trindade), em 1932, no seio de uma família de origem indiana. Em 1950 foi estudar para Inglaterra com uma bolsa. Após os primeiros quatro anos na Universidade de Oxford, começou a escrever, atividade a que se dedicou ininterruptamente até à sua morte.

Entre o romance e o ensaio, Naipaul escreveu mais de uma vintena de livros, entre os quais o extraordinário conjunto que a Quetzal tem vindo a publicar, como A Curva do Rio, Uma Casa para Mr. Biswas ou O Enigma da Chegada, entre outras. Em 1971, V.S. Naipaul foi galardoado com o Booker Prize e, em 2001, com o Prémio Nobel da Literatura.

Visitou Portugal por três vezes, a última das quais em 2016, como participante no festival Fólio, em Óbidos.

V.S. Naipaul morreu em agosto de 2018. Na altura, Francisco José Viegas, diretor editorial da Quetzal, escreveu um comunicado singelo: “Morreu Sir V.S. Naipaul. Um grande, grande autor. Um homem livre, de mau feitio, de grande inteligência, que gostava muito de Portugal. Ser seu editor foi uma experiência maravilhosa.”

Por sua vez, a mulher do autor, Nadira Naipul, recordou o marido como “um gigante em tudo o que alcançou” e adianta que o escritor morreu “rodeado por aqueles que amava” e “viveu uma vida cheia de criatividade maravilhosa e esforço”.

 

 

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